quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Negritude: Assumir-se como negro, identificar-se como negro, sentir-se como negro.

Com base em leituras e reflexões minhas, quero compartinhar esta  postagem com vocês. Leiam  com suas mentes abertas para um novo mundo.


Se algum pesquisador bater à sua porta perguntando qual é sua raça, você terá dúvidas para responder?
Por mais simples que pareça, essa questão está gerando muita polêmica.
  Você sabia que não existem raças na espécie humana?  Para chegar a esta afirmação, uma equipe de cinco cientistas estudou e comparou mais de oito mil amostras genéticas colhidas de pessoas de todo o mundo.
  Andei pesquisando na tarde de hoje e descobri que, segundo Alan Templeton, diferentemente de todas as outras espécies de mamíferos, não há raças entre os humanos porque "as diferenças genéticas entre grupos das mais distintas etnias são insignificantes". Para que o conceito de raça tivesse validade científica, "essas diferenças teriam de ser muito maiores".
Ou seja:  não importa a cor da pele, as feições do rosto, a estatura ou mesmo a origem geográfica de qualquer ser humano: geneticamente somos muito semelhantes.

 Muitas pessoas têm conhecimento dessas informações, mas o preconceito continua à tona neste país. O racismo no Brasil é uma atitude de ignorância ? 
87% das pessoas de nosso país admite que há discriminação racial, mas apenas 4% da população se considera racista. Então, responda: Há racismo sem racistas?


Agora, vamos pensar nessas pessoas que julgam a personalidade ou o estilo de vida pela cor da pele. Nas pessoas que esqueceram que é necessáqio aceitar que existe uma herança genética. Ao perceber a história do negro, em vez de se envergonhar, poderiam se orgulhar em saber que existiram pessoas tão fortes e capazes de lutar por liberdade e participaram da história rica desse país ainda tão pobre. É uma questão de humanidade.
 Ainda hoje, o acesso do negro no mercado de trabalho é baixo. Quando consegue um emprego, na maioria das vezes recebe salário abaixo da média, se comparado com o trabalhador branco, apesar de ter o mesmo nível de escolaridade.

Sabe o que eu vejo ? 
Vejo que o que existe por aqui é muito racismo camuflado e que todo mundo faz questão de não enxergar. Esse país que adora criar mil alternativas  e campanhas contra o preconceito, mas que adora discriminar pela cor da pele ou qualquer outro modo de vida alvo do preconceito, na primeira oportunidade. E nossas crianças das próximas gerações? Será que também  serão vítimas ou preconceituosas? será que vão esconder seus preconceitos e ideias repulsivas sobre o próximo dentro do armário? Como resolver esse problema?



A falta de cultura faz pensar que só existiram escravos negros no mundo. Mas em todas as civilizações houveram escravos brancos. A exploração do homem pelo homem não é exclusividade da raça negra. Gente, vocês já repararam que na escola os livros trazem os negros sendo chicoteados? (foto ao lado)
Uma criança vai querer ser descendente de escravos?
É hora de mudar! Precisamos de revistas e livros educativos e que contribuam muito para que as pessoas se assumam, pelo menos como brasileiros.

Quando aceitaremos naturalmente a miscigenação?


O que fazer para que os próprios negros assumam sua negritude? 

Ser negro não é somente ter a pele escura:


"  A QUESTÃO DA NEGRITUDE É A DE ASSUMIR-SE COMO NEGRO, IDENTIFICAR-SE NEGRO, SENTIR-SE NEGRO" (Evânio)


 Para aqueles que se aceitam como negros, saibam que a vitória se encontra nos tanques de guerra.  Continuaremos lutando contra a discriminação e o racismo neste país. Vamos encher nosso peito de orgulho de cada um desses indivíduos vitoriosos. As correntes já foram quebradas, mas ainda não conquistamos a total liberdade: desconhecemos do que se trata. O negro nunca sentiu em sua pele escura a real sensação de estar totalmente liberto.
 Falaremos de nossos antecessores com orgulho e satisfação, agradecendo humildemente por terem feito parte da bela história de nossas vidas. Nossas origens se encontram em cada gota de suor que caiu dos teus rostos.




Texto e imagens: Marianna Soares








“Não há nada tão oculto e escuro, que um dia não possa vir à luz”. (Autor desconhecido)